Quadrinhos e questão racial: livro de aluno do Cefet/RJ é indicado em premiação de HQ
O livro Negritude, poderes e heroísmos: estudos sobre representações e imaginários nas histórias em quadrinhos, organizado pelo aluno da pós-graduação do Cefet/RJ Elbert de Oliveira Agostinho, foi um dos 11 indicados como melhor livro teórico na 34ª edição do Troféu HQ Mix. Criada em 1988, a premiação tem grande importância nacional, com votação de jurados especializados em quadrinhos organizada pela Associação dos Cartunistas do Brasil (ACB) e pelo Instituto do Memorial de Artes Gráficas do Brasil (IMAG).
Lançada em 2021, a obra é pioneira no país. São oito textos de dez pesquisadores com experiências diversas que discutem a identidade negra, propondo diálogos com autores e analisando personagens, super-heróis e super-heroínas negros em histórias em quadrinhos (HQ). Entre os autores, está o docente do Programa de Pós-Graduação em Relações Étnico-Raciais (PPRER) Fábio Sampaio, além das ex-alunas do PPRER Fernanda Pereira e Aleksandra Carvalho. O livro também recebeu prefácio do professor Roberto Borges, docente do mesmo programa.
Além de organizar o livro, Elbert contribuiu com um artigo sobre o personagem Jeremias, de Maurício de Sousa, tema que desenvolveu na dissertação de mestrado no PPRER. O interesse no assunto, no entanto, surgiu antes do mestrado, em 2012, a partir do projeto África em Quadrinhos, desenvolvido por ele em escolas da Baixada Fluminense, que virou curso de formação e tema de monografia apresentada ao Programa de Educação sobre o Negro na Sociedade Brasileira (Penesb), pela Universidade Federal Fluminense.
Atualmente, como doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Educação (PPCTE) do Cefet/RJ, o pesquisador propõe a temática da identidade negra nas histórias em quadrinhos sob nova abordagem. “No PPCTE, o eixo principal da minha pesquisa é ‘meninas negras fazem ciência’. Para tal, investigo Lunella Lafayette – personagem da Marvel Comics – pontuando a importância dessa personagem para alunas e crianças negras e levantando a denúncia de que não existem apenas cientistas brancos. Um dos objetivos é desestabilizar esse estereótipo, e propor outras possibilidades de enxergar a ciência (como personagem) e o personagem (cientista)”, explica Elbert.
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