Vozes negras do rádio são homenageadas em exposição imersiva inaugurada no Cefet/RJ
A exposição que faz homenagem às vozes negras que marcaram os 100 anos de rádio no Brasil foi lançada nessa quinta-feira (24), na Galeria Cubo de Vidro
Com obras que retratam desde o saudoso Pixinguinha, um dos maiores representantes do choro brasileiro, a Caio Prado, revelação da MPB, a Galeria Cubo de Vidro inaugurou, nessa quinta-feira (24), a exposição “O Rádio Negro”, com curadoria da crítica teatral e dramaturga Paty Lopes. A visitação está aberta na Unidade Maracanã até o dia 6 de outubro, das 9h às 17h. Essa é a quarta mostra realizada no espaço, dedicado à arte contemporânea, que foi criado há um ano por iniciativa da Diretoria de Extensão (DIREX), responsável pela seleção dos artistas e pela montagem das exposições.
A proposta de exposição foi aprovada no primeiro edital do Museu da Imagem e do Som (MIS), que cedeu as obras, e teve como proponente o Renascença Clube, conhecido quilombo urbano do Rio de Janeiro e parceiro do Cefet/RJ em diversas ações. De acordo com a curadora, foi dessa junção que surgiu a ideia de comemorar os 100 anos de rádio no Brasil, completados em 2022, com vozes negras que emocionaram e ainda emocionam os ouvintes todos os dias.
– Fizemos oficina e muita pesquisa para produzir uma exposição com embasamento e ressignificação da história do negro nas artes. A proposta é trazer visibilidade a essas grandes vozes e considero ser muito importante estar aqui nesse espaço acadêmico. Para mim, a cultura é o braço direito da educação – ressaltou Paty Lopes.
Paty Lopes é a curadora da exposição que esteve em cartaz no Museu da Imagem e do Som (MIS) até fevereiro deste ano e foi cedida, temporariamente, à Galeria Cubo de Vidro
O diretor-geral do Cefet/RJ, Mauricio Motta, destacou a importância de a instituição abrir espaço para valorização da cultura e da arte como ferramentas de ensino. “O Cefet/RJ é conhecido lá fora como a casa da tecnologia, mas somos uma instituição preocupada em oferecer uma visão ampla do conhecimento. Mais do que formar alunos, nosso compromisso é formar cidadãos e a cultura tem um papel fundamental nesse processo”, destacou o diretor.
Para ver e ouvir: uma exposição audiovisual e imersiva
A exposição “O Rádio Negro” traz no seu acervo fotos, vídeos e canções de alguns dos principais artistas brasileiros, aliando história e modernidade. A ideia é oferecer um mergulho sonoro ao visitante. Cada obra traz um QR Code que pode ser acionado pelo celular para reproduzir canções do artista retratado.
Com os seus fones de ouvido, a aluna Anna Beatriz Carvalho, do bacharelado em Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais (LEANI), esteve presente no lançamento da exposição e pôde prestigiar seus artistas favoritos, além de conhecer músicos que fizeram sucesso no passado. Para ela, a exposição trouxe à tona memórias antigas.
– Acabei de conferir a obra que retrata a cantora Elza Soares e ouvi a música “A carne”. A primeira vez que escutei essa canção eu estava no ensino médio e foi bem impactante, pela mensagem forte que escancara o racismo na sociedade. Essa exposição contribui para que vozes como a dela não sejam apagadas da história e para que as novas gerações também possam conhecer – finalizou a estudante.
A estudante Anna Beatriz Carvalho prestigiou o lançamento da exposição e conferiu de perto cada uma das obras
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