Programa Cefet Observa Petrópolis apresenta pesquisa sobre a coleta de lixo na cidade
O programa de extensão Cefet Observa Petrópolis (COP) divulgou em setembro o relatório final da sua pesquisa “A coleta de lixo na cidade de Petrópolis”. Realizado com 300 residências escolhidas aleatoriamente em diferentes pontos do município, o estudo foi conduzido por três discentes do Cefet/RJ Petrópolis: Raul Milagres e Matheus Rocha (Licenciatura em Matemática) e Yure Alves (Licenciatura em Física), sob a coordenação do professor Rafael Ferrara.
A pesquisa levantou informações sobre os tipos de coleta que são realizados, a percepção dos moradores sobre o serviço prestado pela prefeitura, o conhecimento sobre os dias de coleta, a colaboração de vizinhos e a disponibilidade de coleta seletiva.
Caçambas coletivas
Os dados mostraram que 75% do lixo coletado na cidade é feito em caçambas coletivas e apenas 25% na “porta de casa”. Assim, o relatório aponta para alguns problemas das caçambas coletivas, que acabam atraindo bichos e insetos devido ao descarte irregular. “Esse recurso é o que torna mais problemática a coleta de lixo por diversos motivos. Ninguém é responsável pelo que é deixado na caçamba. Moradores se aproveitam de ser um lugar ‘fora da porta da sua casa’ e deixam lixo solto, sem usar sacos apropriados. Além do descarte irregular de entulho”, afirma o documento. De acordo com a pesquisa, 68% dos petropolitanos têm problema com descarte irregular de entulho e 63% disseram que as caçambas apresentam problemas com moscas, baratas, ratos e outros animais.
Outro dado relevante mostrado pelo estudo é que 43% dos entrevistados não sabem o dia de coleta de lixo em sua região, o que implica em descarte desnecessário em dias equivocados e grande quantidade de lixo acumulado na caçamba por dois dias ou mais, o que gera desordem e atrai bichos. Sobre a assiduidade na coleta do lixo, 44% dos moradores dão nota abaixo de 7 (em uma escola de 0 a 10) para o serviço prestado.
A pesquisa concluiu que as caçambas coletivas da cidade estão espalhadas de forma exagerada “para suprir a baixa capacidade de atendimento da prefeitura com um serviço mais moderno”. Além disso, destaca que onde elas estão presentes, parte da população não cumpre com seu papel, o que piora o cenário de caçambas cheias, desordenadas, infestadas por bichos e que podem ser foco de doenças.
Atuação da comunidade e coleta seletiva
O relatório aborda também a percepção dos moradores sobre a colaboração dos vizinhos na coleta de lixo. Os dados apontam que 37% atribuíram nota abaixo de 5, revelando que os entrevistados consideram o comportamento dos vizinhos inadequado em relação ao descarte de resíduos.
Outro dado que surpreende negativamente é o número de residências que tem serviço de coleta seletiva na cidade: apenas 23%. “O resultado é desastroso quando constatamos que, em pleno ano de 2024, mais de três quartos da população não têm a opção de descartar seu lixo reciclável adequadamente”, afirma o relatório.
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