Benefícios da coleta seletiva
Ao considerar a coleta seletiva, como uma alternativa que induz ao desenvolvimento da atividade de reciclagem de resíduos, que busca minimizar os impactos ambientais e que promove a equidade social em oposição ao alto potencial poluidor do lixo e a situação de degradação social das famílias que sobrevivem da catação de materiais, configura-se uma prática de sustentabilidade, sob as três esferas: social, ambiental e econômica (Figura 1), segundo o conceito de desenvolvimento sustentável estabelecido na Assembleia Geral da ONU em 1983 (CMMAD, 1988).
Figura 1 – Tripé da Sustentabilidade (ELKINGTON, 2001)
Ambiental:
Toda coleta seletiva tem como prioridade a minimização dos impactos ambientais que são provocados pela destinação inadequada dos resíduos.
Assim, torna-se necessária a redução do desperdício de materiais, principalmente os maiores volumes de lixo, além de incentivar a reutilização e a reciclagem. Cabe ressaltar a destinação que pode ser dada aos resíduos orgânicos que são gerados e reaproveitados para implantação do sistema de compostagem.
Percebe-se que são fundamentais para a sustentabilidade ambiental dos projetos a mudança de valores, percepções e comportamentos dos membros envolvidos, o que torna a sensibilização imprescindível ao projeto.
Social:
Os princípios da sustentabilidade social identificam o papel dos indivíduos e a organização da sociedade e têm por objetivo a estabilidade social, beneficiando as gerações futuras. Para que isso aconteça, devem-se capacitar as equipes técnicas e operacionais, para que cumpram suas atividades, dando continuidade aos projetos, evitar retrocessos, mesmo com possíveis mudanças nas direções das prefeituras e seus órgãos.
Ao estimular programas sobre os problemas sociais e sanitários relacionados ao lixo, e gerar ações de saneamento e melhoria ambiental, esta incentiva a prevenção de problemas de saúde, uma vez que doenças como febre tifoide, disenteria, malária, dengue, febre amarela e leishmaniose são causadas por vetores, que são encontrados em lixões e espalham a doença para fora destas áreas, podendo atingir outras comunidades.
Econômico:
Os projetos de gerenciamento integrado de resíduos dependem da destinação de recursos financeiros a partir de linhas de financiamento e de ações de apoio disponibilizadas pelos órgãos federais aos municípios, ONGs, associações e cooperativas de catadores.
De acordo com Abreu (2001), devem ser feitas análises de viabilidade econômica para a implantação de cooperativas de catadores de resíduos, com o intuito de aumentar a competitividade no mercado. Essa organização é um elemento de garantia da sustentabilidade econômica.
A sustentabilidade é, portanto, um conceito que vem sendo incorporado, cada vez mais, e de forma bem sucedida. Sua aplicação está transformando os mecanismos de produção e as formas de gerir os sistemas de gestão das empresas, levando à melhoria da competitividade.
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