Astronomia para todos: videoaulas e preparatório para olimpíadas do conhecimento
O planetário inflável do projeto “Astronomia para todos no Cefet/RJ” sempre foi uma atração de sucesso do campus Petrópolis. Mais de três mil visitantes e mais de 30 escolas da cidade já puderem aprender com oficinas práticas e se maravilhar com planetas, estrelas e constelações. Em 2020, o cenário mudou e o projeto precisou se adaptar para uma atuação remota devido às medidas de isolamento social. A divulgação científica proposta pela iniciativa é realizada agora por meio de videoaulas no YouTube e pela preparação e orientação de estudantes para olimpíadas nacionais do conhecimento.
Iniciado em 2013, o projeto “Astronomia para todos o Cefet/RJ” sempre trabalhou com conteúdos de física e astronomia por meio de oficinas e visitas ao planetário inflável.
Desde abril, a equipe do projeto – formada por cinco docentes e quatro discentes – passou a produzir e compartilhar material em seu blog, e a atender estudantes pela plataforma Microsoft Teams e pelo Whatsapp, buscando incentivá-los a continuar estudando – já que as aulas estavam paralisadas naquele momento – e propondo a participação em competições nacionais. “Acreditamos que, ao participar dessas olimpíadas, professores e alunos se sintam mais motivados e possam construir o próprio conhecimento a partir de desafios específicos”, afirmou Raul Neto, coordenador do projeto.
A primeira competição foi a Olimpíada Nacional de Ciências (ONC), do Programa Ciência na Escola, cuja 1ª fase foi realizada em agosto e 21 alunos do ensino médio integrado do campus Petrópolis passaram para a 2ª fase (ainda sem data definida). Já no último dia 17, cerca de 20 alunos participaram da 1ª fase da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP). Entre eles, a estudante Mariane Bello, do curso técnico em Telecomunicações integrado ao ensino médio, que destacou a importância do projeto na sua organização dos estudos durante o período de paralização das atividades acadêmicas: “o que mais o projeto contribuiu para minha preparação é que ele me deu um foco. Eu decidi aprender coisas novas por conta própria e, com isso, sobrou menos tempo para minha própria mente me sabotar”.
O professor Raul também ressaltou a relevância do projeto em estimular os estudantes em um momento tão delicado como o do confinamento. “Quando você não tem atividades regulares, pode gerar uma acomodação, pode dar a sensação de que você está ficando pra trás, que está perdendo o que já tinha construído. Então, essas atividades que envolvem olimpíadas trazem consigo também o desafio de os alunos terem que aprender, aplicar o conhecimento já construído para solucionar problemas ou solucionar perguntas”, frisou.
Para a próxima competição – a Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), que acontecerá em novembro –, o projeto está finalizando uma videoaula sobre a construção de um foguete, sem a utilização de material inflamável. “São foguetes a base de pressão de ar ou água, ou reação química, que não gera perigo para os alunos. Eles têm que levar em consideração o ângulo, os materiais utilizados, como montar uma estrutura...Isso tudo também desafia os alunos a aprenderem mais e acaba gerando uma válvula de escape para essa sensação de confinamento”, concluiu Raul.
Videoaulas no YouTube
“A gente teve ideias de um sistema onde a gente conseguiria desenvolver o ensino da astronomia remotamente. Devido a esse tempo de pandemia, a gente buscou formas alternativas de como levá-lo às pessoas – estudantes do médio, fundamental ou superior”, informou o aluno de Licenciatura em Física Silvio Oliveira sobre a criação do canal do YouTube “Astronomia CefetPet”. Interessado em astronomia desde novo, Silvio ficou ainda mais fascinado com a ciência quando fez uma disciplina com o professor Raul: “é interessante olhar para o céu e ver tudo o que nos norteia”. Em 2020, ele conseguiu uma vaga no projeto como bolsista e tem trabalhado na produção de conteúdos e vídeos.
As videoaulas têm cerca de 15 minutos e apresentam conteúdos relacionados à astronomia.
Lançado em outubro, o canal busca compartilhar videoaulas sobre o ensino da astronomia e tem utilizado o software Stellarium, que possibilita a observação do céu remotamente. Dois vídeos já foram divulgados: um tutorial sobre o uso do programa Stellarium, que segundo Silvio é “um planetário pelo computador” que tem várias funções e informações sobre estrelas; e outro sobre a observação do céu na primavera e no verão. A previsão é que semanalmente o canal seja alimentado com novas videoaulas.
O professor Raul afirmou que a adaptação do trabalho e a produção dos vídeos têm sido um desafio: “uma das aprendizagens é como construir um roteiro para uma videoaula, quais equipamentos são melhores para fazer a gravação, a questão da luminosidade, a questão do tempo. A gente teve que redimensionar. Uma oficina presencial levava 30 ou 40 minutos; pelo computador, a gente percebeu que o melhor tempo é de 10 ou 15 minutos”.
Raul enfatizou ainda os benefícios para os alunos atuantes no projeto – todos do curso de Licenciatura em Física e, “portanto, futuros professores" –, (...) "que estão aprendendo, em primeiro lugar, a selecionar os conteúdos; em segundo lugar, a como trabalhar esses conteúdos e, em terceiro lugar, a como fazer isso de forma remota”. O docente acredita que é um aprendizado ímpar, uma vez que os licenciandos já estão sendo preparados a trabalhar com um ensino a distância.
Equipe do projeto
Coordenador: Raul Neto
Docentes: Rogério Wanis, Patrícia Souza Lima, Wanderson Amaral e João Paulo Fernandes.
Alunos: Silvio Oliveira (bolsista), Igor Jaconi, Marcos Emanuel de Paula e Vitória Ferreira.
Redes sociais do projeto
YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCFtI_YjUWUfgACBP5452__g/videos
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